quarta-feira, 1 de agosto de 2007
muito mais mesmo, menina
mumunhas ele tinha e tinha manhas e manhãs rachavam ao frio de julho. no chafariz da pracinha, a água congelava enquanto ele caminhava para a escola (naquele tempo era "grupo escolar"!) e pensava se a punheta batida na cama ainda quente da noite um pouco antes era pecado mortal, venial ou sabe-se lá o quê. de qualquer maneira ele nunca teria coragem de contar aquilo pro padre capuchinho titular da paróquia de são josé na boca do confessionário no sábado seguinte, preparando-se para a missa de domingo. também não contaria que roubava maçãs verdes das árvores bacanas plantadas lá bem no fundo do pátio da igreja. e quando ele passejava com sua turma de moleques safados, o velho costa, gaita no colo, abrindo o fole enquanto esperava o próximo chimarrão, dizia qualquer coisa como "lá vai a gurizada roubar maçã do padre". a essa altura, pouco importava o que o velho costa dizia desde que ele tinha visto as coxas da ann-margret num filme do elvis na matinê de um daqueles domingos modorrentos em que não tinham nem jogo do esporte clube piratini para ver.
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