sábado, 4 de agosto de 2007
hiroshima, mon amour
sushi ouvindo sacha distel. parecia coisa de louco mas era bacana. "peixe cru?", ela perguntorceu-se de uma certa ânsia, um quase nojo que me fez lembrar aquela cena de "o tambor", onde os caras ficam limpando enguias para comer e a moça quase morre de asco. não há nada demais em descelebrar as coisas ditas exóticas. dessacralizar o espanto. peixe cru, sim. afinal, os árabes não comem carne crua nos seus quibes e outros quitutes quetais? ela continuava com cara de quem poderia vomitar a qualquer momento. achei prudente não lembrar que chineses comem cachorros como iguaria das mais habituais e outros povos cuja origem ou etnia eu não vou lembrar comem insetos, crus ou assados ou flambados... eis aí algo que eu nunca conseguiria fazer sem tocar fogo na cozinha, mais do que na coisinha: flambar. falei tentando mudar de assunto e dar um up no humor geral da mesa, ainda que sem fugir ao excitante tema do momento, ou seja, culinária e seus percalços. "saquê?", a moça que nos atendia perguntou. "se tem álcool eu quero", ela disse, certamente tentando abafar num pileque nipônico todo seu horror pelos pedaços de peixes cruz esparramados artisticamente diante de nós.
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Um comentário:
Que delícia peixe cru, carne crua e quetais!
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