segunda-feira, 30 de julho de 2007

mas elas sempre dizem "pois é..."

se eu não soubesse, há muito tempo, que as mulheres são todas - umas mais, outras menos, mas todas inevitavelmente - loucas, eu diria que foi de propósito. que foi coisa assim pra machucar meu coração como naquele samba muito antigo que o joão gilberto regravou naquele monumento da bossa nova, o disco com stan getz & jobim & a astrud cantando garota de ipanema tão lindamente. mas eu sei que é tudo movido pela loucura, pela constante insatisfação, pela ânsia de se ver aprovada. "você acha que eu fico melhor com essa blusa marrom ou com a laranja?" ou "você prefere meu cabelo curto ou comprido?" ou "o que você acha do meu novo namorado?" e quando ela diz que se preocupa contigo, apesar de todas as destemperanças e contrapontos, não é nenhuma mentira, não. é o tal lado maternal misturado com algum complexo de electra que terapeuta nenhum (nem uma!) vai resolver. e quando ela te magoa, é tu quem te magoas - seu masoquista empedernido! - porque ela não acha que tenha feito nada demais. e então ela ri e diz "ah, isso?!", e emenda um ainda mais casual "pois é...", como se fosse coisa de pouca ou nenhuma importância. certamente bem menos importante que aquela meia desfiada, que ela a-do-ra-va!!!, ou que o tal gatinho - o felino propriamente dito - que ela viu abandonado na calçada do edifício voltando pra casa no meio da madrugada. é a tal natureza femina. você pode, e deve, amar ( sempre e muito!), idolatrar (às vezes...), venerar (esparsamente...), endeusar (muuuuito raramente!!) uma mulher. mas faça um grande favor a si mesmo: nunca tente entendê-la plena e globalmente. de qualquer maneira, a troco de consolo - se é que isso serve de consolo - saiba que o resultado de toda essa equação destrambelhada é - invariavelmente: ruim com ela, pior sem...

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