na coxa
ele estava sentado na calçada, encostado na grade do israelita, a calça tinha um furo na altura da coxa esquerda e atrás da parte suprimida da calça havia sangue, muito sangue, e atrás do sangue havia também um belo rombo na coxa q quase chegava no osso. A bem da verdade, diga-se logo, ele havia tomado um tiro de calibre bem considerável naquela porra de coxa esquerda. o bom fim não era mais o mesmo há muito tempo mas ele nunca havia passado por isso antes. e o pior de tudo é q tinha sido um guri cagado, não mais de 14 anos, o autor da maldita façanha. pra piorar a parada, o povinho q passava tava tirando ele pra mendigo, fumador de crack, sei lá quanta merda mais passava pela cabeça daquelas pessoas ditas normais q andam pelo bom fim durante o dia. ah, sim: pq a merda toda se deu durante o dia. fosse de noite, ele não tava nem aí, afinal na noite, todo mundo sabe, shit happens all the time. mas não: em pleno dia. meno male q não era dia de feira na joão telles mas q era chato pra caralho, isso era, ficar ali sentado na porra da calçada do israelita, a perna furada, sangrando e, ainda por cima, o filho da puta do guri não levou porcaria nenhuma pq ficou mais apavorado do q ele. puta q pariu, devia ser a primeira vez q aquele merda tinha botado a mão numa arma, não devia nem ter noção do coice e do estrondo. daí ele pensou vagamente q talvez pudesse morrer caso continuasse ali sentado sangrando feito um porco degolado. mas logo ele pensou q seria bom demais se isso acontecesse e resolveu se colocar em pé o mais reto possível, foi levantando grudado nas grades do israelita, e tocou calçada a fora. é, melhor mesmo era aceitar o convite da joy e da joe pra um suco na lanchera. será q eles tinham de morango pra combinar com o sangue na coxa.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
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